Boas lembranças me vieram à mente e ao coração no dia de hoje. Lembro como se fosse ontem...
"Quinta-feira, como de costume, cheguei mais cedo no meu local de trabalho, larguei minha bolsa, e fui ao centro passear, aproveitar algum tempo livre que ainda tinha antes do expediente. Ao voltar, minha colega disse que um dos funcionários queria conversar comigo, então, fui até sua mesa e ela me falou que estavam precisando de uma estagiária em um posto de saúde e me perguntou se eu estava disponível para auxiliar lá enquanto não encontravam alguém para o posto, imediatamente aceitei. Peguei minhas coisas e fui para o posto, meio tristonha por saber que não voltaria a trabalhar mais na secretaria.
Chegando lá, perguntei pelo supervisor, que seria o responsável por mim no estágio desde então. Então entrei na sala de funcionários, quando o vi, quase não acreditei, era marido de outra servidora da secretaria onde eu trabalhava. Naquele momento, minha tristeza deu lugar à alegria e ao alívio, e logo me senti em casa...
O tempo foi passando, e o 'adotei' como um segundo pai, pois, como trabalhávamos na mesma sala, conversávamos muito e ele me aconselhava como se eu fosse um filha sua. Em um momento, começaram a surgir reclamações em demasia relacionadas a ele e, por segurança, o trocaram de unidade."
Desde então, poucas vezes eu o encontrei, mas sempre que nos vemos ele me trata da mesma maneira que me acolheu naquele primeiro dia no posto.
Jamais esquecerei d'ele falando: Você é uma criança ainda, tem muito o que viver! E a cada dia que vivo essa afirmação se confirma cada vez mais forte. Me vejo com corpo de mulher, mente um pouco mais crescida, mas o espírito e a alma são de uma criança que espera por um mundo melhor e que faz o que pode para alegrar aqueles que estão em volta.
P.S.: Caso você leia esse texto, apenas quero lhe falar daquele livro dos piercings, lembra? É muito bom, vale a pena ler!